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Dinorfinas
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Polipeptídeos derivados da pró-dinorfina, que apresentam elevada afinidade para o receptor κ. Apresentam uma distribuição similar à das encefalinas, embora predominem no hipotálamo e na substância negra.
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Encefalinas
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Polipeptídeos derivados da pró-encefalina A, que constituem os ligandos endógenos mais importantes do receptor δ. São expressos ao longo de todo o sistema nervoso central, existindo em pequenos interneurónios de circuitos locais.
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Endomorfinas
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Peptídeos endógenos que partilham várias propriedades dos peptídeos opióides (nomeadamente analgesia e elevada afinidade para os receptores opiáceos). Activam selectivamente os receptores opióides μ centrais e periféricos.
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Endorfina β
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Polipeptídeo derivado da pró-opiomelanocortina, que constitui o ligando endógeno com maior afinidade para o receptor μ. Encontra-se expressa ao nível do hipotálamo e de quase todo o restante sistema nervoso central (com excepção da porção distal do tronco cerebral, da espinal medula, e do córtex cerebral), bem como em neurónios periféricos e em células do sistema imunitário.
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Papaverina
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Constituinte do ópio que não apresenta acção analgésica. Apresenta um efeito relaxante das fibras musculares lisas, sendo, por isso, usada na terapêutica da disfunção eréctil.
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Alfentanil
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Derivado do fentanil, que actua como agonista dos receptores μ e κ dos opiáceos. Apresenta uma duração de acção de acção muito curta, não sofrendo acumulação. Comporta, por isso, elevada margem de segurança, mas menor potência que o fentanil.
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Codeína
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Pró-fármaco da morfina (a biotransformação hepática da codeína é mediada pela CYP2D6 e origina morfina), que apresenta uma potência cerca de doze vezes inferior à da morfina. Considerada um analgésico fraco, esta substância é preferencialmente utilizada como um anti-tússico.
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Dextrometorfano
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Derivado tetracíclico da 4-fenilpiperidina (morfinano). Usado como antitússico, induzindo menos obstipação que a codeína. Exacerba a acção analgésica da morfina e, provavelmente, de outros agonistas dos receptores μ. Todavia, o consumo excessivo da sua forma purificada está associado a vários efeitos adversos, incluindo alucinações e morte.
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Fentanil
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Opióide cerca de 100 vezes mais potente que a morfina, mas com duração de acção muito inferior. Sofre rápida e intensa distribuição para o músculo esquelético e para o tecido adiposo, motivo pelo qual, é alvo posterior de redistribuição. Apresenta acções farmacológicas similares às da morfina, carecendo de efeitos cardiovasculares, motivo pelo qual é amplamente utilizado em cirurgia cardíaca. Não estimula a libertação e é administrado por via intra-venosa ou transdérmica.
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Heroína
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Pró-fármaco da morfina, que apresenta um curto período de semi-vida. Apresenta efeitos similares aos da morfina, mas não é utilizada na prática clínica, devido ao seu elevado potencial de génese de dependência física e psíquica.
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Loperamida
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Derivado bicíclico das 4-fenilpiperidinas, que actua nos receptores μ periféricos, mas apresenta poucos efeitos ao nível dos receptores opiáceos do sistema nervoso central. Utilizada no controlo da diarreia e, no futuro, poderá ser utilizada no tratamento da dor neuropática. Apresenta baixo potencial de génese de dependência.
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Metadona
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Opióide sintético ligeiramente mais potente que a morfina. Causa dependência física cruzada com a heroína, mas os sintomas de abstinência são menos intensos e de instalação mais lenta que os da heroína. Deste modo, o seu uso terapêutico restringe-se ao tratamento da toxicodependência por heroína.
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Meperidina
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Agonista central dos receptores μ e κ, que compartilha de todos os efeitos centrais da morfina (com excepção do efeito anti-tússico), bem como de alguns efeitos periféricos. Apresenta um efeito anti-muscarínico e, por isso, contrariamente aos restantes opióides, induz taquicardia quando administrada em doses analgésicas. Pode ser administrada por via oral ou intra-muscular – quando administrada por via oral, sofre intensa biotransformação hepática, originando vários metabolitos (um deles apresenta cerca de metade da actividade analgésica do fármaco original, mas o dobro da sua actividade convulsionante e uma maior semi-vida de eliminação).
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Morfina
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Agonista total dos receptores μ, κ e δ. Apresenta um efeito analgésico, que serve de padrão para todos os analgésicos de acção central. As suas acções centrais mais importantes incluem a analgesia, a sedação, a depressão respiratória e a dependência (física e psíquica). Apresenta ainda uma acção anti-tússica, acção sobre o centro do vómito e uma acção miótica. Em termos periféricos, promove a libertação de histamina, depressão cardíaca, hipotensão, hipercápnia, obstipação e retenção urinária. Em termos farmacocinéticos, apresenta absorção intestinal lenta e irregular, mas boa absorção por via intra-muscular, subcutânea, subdural ou epidural. Para além disso, sofre um intenso fenómeno de primeira passagem no fígado, sendo extensamente biotransformada por glicuronoconjugação.
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Remifentanil
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Agonista dos receptores opiáceos μ da família do fentanil. Apresenta efeitos analgésicos, sedativos, depressores da respiração, hipotensores, mióticos e indutores de rigidez muscular, náuseas e vómitos. Em termos farmacocinéticos, este fármaco é rapidamente biotransformado pelas esterases não-específicas dos tecidos e, como tal, é rapidamente depurado e não sofre acumulação. Assim, quando este fármaco é administrado por via intra-venosa, verifica-se uma rápida variação da intensidade da analgesia e uma rápida cessação de efeitos.
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